quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Portaria sobre concurso do Brejo

REUNIÃO COM OS PAIS DA ESCOLA MUNCIPAL SÃO DOMINGOS






































































A ESCOLA MUNICIPAL SÃO DOMINGOS PROMOVEU UMA GRANDE REUNIÃO COM OS PAIS E OS PROFESSORES PARA QUE OS MESMOS APRESENTASSEM PROPOSTAS DE CORREÇÃO A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO. ALÉM DA DIREÇÃO ESTEVE PRESENTE DIVERSOS PAIS E O CONSELHEIRO TUTELAR DE SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE, LAÉRCIO GLICÉRIO, NA OCASIÃO FORAM APRESENTADOS ALGUNS PROBLEMAS ROTINEIROS DA ESCOLA E OS PAIS FIZERAM SUGESTÕES PARA RESOLVE-LOS, UMA ATA FOI REDIGIDA REGISTRANDO ESTE TRABALHO E O ÁUDIO DA REUNIÃO PODE SER OUVIDO NO LINK ABAIXO.
A ESCOLA ESPERA COLHER SUBSÍDIOS E FAZER UM DIAGNÓSTICO DE SUA REALIDADE, PARA QUE EM CIMA DISSO SEJA CONSTRUÍDO UM PROJETO PEDAGÓGICO E O REGIMENTO DA ESCOLAR COM A PARTICIPAÇÃO DE TODA A COMUNIDADE.


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CONVERTENDO VÍDEOS

O FORMAT FACTORY é um dos programas mais intuitivos para realizar a conversão de vídeos, músicas e imagens no computador. Sua melhor característica é a facilidade em usá-lo, até mesmo para quem nunca lidou com aplicativos do gênero.


BAIXAR VÍDEOS DA INTERNET

HA MUITO TEMPO ACREDITO NA UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO INSTRUMENTO DE AUXÍLIO NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO, TENHO COBRADO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO, QUE SE CAPACITEM PARA ENTRAREM NA INCLUSÃO DIGITAL.
DESTA FORMA, ME SINTO NA OBRIGAÇÃO DE PASSAR MAIORES INFORMAÇÕES AOS COLEGAS DE TRABALHO NO QUE DIZ RESPEITO AOS NOVOS MEIOS TECNOLÓGICOS.

PARA COMEÇAR VOU FALAR DO REAL PLAYER, UM PROGRAMA QUE BAIXA VÍDEOS DO YOU TUBE, TV ESCOLA E OUTROS SÍTIOS DE EDUCAÇÃO. ESTE INSTRUMENTO ESTÁ DISPONÍVEL NA INTERNET PARA SER INSTALADO GRATUITAMENTE EM QUALQUER COMPUTADOR.
A INSTALAÇÃO É MUITO SIMPLES E QUALQUER PESSOA PODE FAZER ISSO SEM A NECESSIDADE DE UM TÉCNICO.
PARA MAIORES INFORMAÇÕES ACESSE O ENDEREÇO

http://www.baixaki.com.br/download/RealPlayer.htm#nossaop

ALGUNS NAVEGADORES NÃO BAIXAM VÍDEOS DO GLOBO.COM OU DO SBT, PRA ISSO É IMPORTANTE QUE VOCÊ TENHA INSTALADO TAMBÉM UM PROGRAMA DE NOME A TUBE CATCHER

DEPOIS DE BAIXADO O VÍDEO O SEGUNDO PASSO É CONVERTE-LO PARA O FORMATO AVI, UM TIPO DE ARQUIVO QUE É REPRODUZIDO EM ALGUNS LEITORES DE DVD, E, PODE SER PASSADO PARA UM DISCO DVD EM QUALQUER COMPUTADOR.

SOBRE O CONVERSOR DE VÍDEO TRATAREI EM OUTRO TÓPICO CHAMADO "CONVERTENDO VÍDEOS"

sábado, 9 de outubro de 2010

FESTIVAL DE SORVETE 12/10/2010

A DIRETORIA DA ESCOLA MUNICIPAL SÃO DOMINGOS PARABENIZA O GRÊMIO ESTUDANTIL FORÇA DA NOVA GERAÇÃO, PELA REALIZAÇÃO DESTE EVENTO FESTIVO.

O GRÊMIO ESTUDANTIL FORÇA DA NOVA GERAÇÃO AGRADECE AOS PATROCINADORES DESTE EVENTO:

  • UESCC - SANTA CRUZ.
  • B&F CALÇADOS.
  • VEREADOR HILÁRIO.
  • PROFESSOR VALTER.
  • FEST ROUPAS CATANHA.
  • ÁGUA MINERAL SÃO GABRIEL.
  • REVISTA O FALATÓRIO.
  • BLOG PATRULHA DO AGRESTE.
  • FARMÁCIA SANTA CLARA.
  • RÁDIO 104.9 FM.



O GRÊMIO ESTUDANTIL "FORÇA DA NOVA GERAÇÃO" ESTÁ PROMOVENDO UM FESTIVAL DE SORVETE NA ESCOLA MUNICIPAL SÃO DOMINGOS DAS 09:00 ÀS 17:00 HORAS EM COMEMORAÇÃO AO DIA DA CRIANÇA. SEUS DIRIGENTES DEMONSTRAM A CAPACIDADE DE ARTICULAÇÃO DOS ESTUDANTES DESTA INSTITUIÇÃO, ONDE, COM A ORIENTAÇÃO DE ALGUNS PROFESSORES E O APOIO DA COMUNIDADE CONSEGUIRAM SE ESTRUTURAR ATRAVÉS DE PATROCÍNIOS MOBILIZANDO A JUVENTUDE PARA UM DIA FESTA AO GOSTO DESTES JOVENS

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Reportagem Alimentação Escolar do Brejo é destaque nos Estados Unidos

Rádio Público Nacional NPR. Edição de domingo, 03 de Outubro de 2010. www.npr.org

http://www.npr.org/player/v2/mediaPlayer.html?action=1&t=1&islist=false&id=130277361&m=130302952

O legado de Lula aparece enquanto eleitores brasileiros ponderam os candidatos na hora de votar. A herdeira de Lula, Dilma Rousseff, é favorita para ganhar a eleição neste domingo. No Brasil, o povo está indo para as urnas para votar hoje para escolher, entre vários cargos, um novo presidente. O presidente atual, conhecido como Lula, é proibido concorrer para um terceiro mandato. A repórter Annie Murphy visitou uma pequena cidade, na região mais deprimida onde Lula nasceu, para saber o que o povo estava procurando no próximo líder.

Uma cidade com casas de alvenaria, cobertas de telha, uma serra com pouca vegetação, Brejo da Madre de Deus, ou Brejo, é onde até a poucos anos atrás, crianças como Michele Silva, estavam acostumadas comer a mesma coisa quase todos os dias na merenda escolar: arroz e feijão, só isso. Porque crianças eram de famílias que não tinham condições de comprar muito mais, verduras, frutas, leite e carne estavam praticamente ausentes das suas dietas. Hoje, estes adolescentes estão saboreando pratos de sopa, cheios de cenoura, cebola, repolho, jerimum e bife, a maioria de origem local. Há apenas uma década, 17 milhões de brasileiros estavam subnutridos; hoje aquele número foi reduzido para um terço, devido, em parte, das políticas do Presidente Lula, e dos agricultores familiares como Cícero Soares. A partir deste ano, todos os programas de alimentação escolar são obrigados a adquirir 30 % dos produtos de agricultores familiares locais, que implica que Cícero está bem ocupado no sítio dele. Pés de banana estão ao redor do roçado, com ramas de maracujá e uma bolada de macaxeira ao lado, tudo orgânico e devido ao programa governamental, tudo com mercado garantido. Cícero declara que a sua vida mudou muito, e os números são impressionantes. Ele ganha cerca de R$ 850 por mês. Há poucos anos, o salário mensal para agricultores familiares foi menos de R$ 170. José Jaelson é uma liderança no Sindicato dos Trabalhadores Rurais e declara que vendendo para a merenda escolar fez os preços ficar muito mais estável. Quando fazemos um contrato com o agricultor por seis a oito meses, ele já sabe qual vai ser o valor de seu produto. Ele não está plantando para descobrir mais tarde, que não há mercado para a colheita dele. Aproximadamente 20 % da população brasileira são rurais e em termos de desenvolvimento a vida no campo permanece mais atrasada do que na cidade, conforme diz o economista Marcelo Neves: “Uma vez alguém disse que o Brasil é como a Bel-Índia, uma mistura da Bélgica, um país pequeno, rico e desenvolvido no meio da Índia, um país grande e pobre. Há dois lados, uma contradição. Que implica que muitos brasileiros, especialmente em lugares como Brejo, não estão pensando em investimento estrangeiro quando votam, nem na compra de um carro, mas em quem irá ajudá-los conseguir as coisas básicas. A liderança sindical Jaelson fala “Quem mora na zona rural deverá ter acesso à internet, porque não?”Deveria ter acesso á telefone, água, saneamento, saúde pública. Jaelson estará votando no protegê de Lula, Dilma Rousseff, que Jaelson pensa tem mais condições para ajudar as pessoas que residem em áreas rurais esquecidas.

Todo mundo conhece a Tia Coca. Ela tem um restaurante dentro da casa dela, que enche todos os dias na hora do almoço. Hoje, os fregueses recebem carne de sol, queijo, acompanhado por uma salada, feijão de corda, jerimum e jarros de suco de goiaba. É tudo caseiro, econômico, orgânico e delicioso. Tia Coca acha que o novo programa de alimentação escolar é um grande passo para a comunidade inteira. “Ótima, tem muitas coisas que a gente nunca viu. Neste programa de alimentação escolar, temos morango, temos mel, todo tipo de verdura, carne. Isso é do primeiro mundo.” Como a maioria da população de Brejo, ela pretende votar em Dilma, na esperança que a Dilma possa assegurar os programas de consumo local e do desenvolvimento rural da região nordestina.

Para o programa noticiário do NPR, sou Ann Murphy em Brejo da Madre de Deus, Brasil.



A relação dos 25 deputados federais de Pernambuco ainda pode mudar. É que um dos candidatos, José Augusto Maia (PTB), está lutando na Justiça para ter o direito de fazer parte dos que foram eleitos. Pelo número de votos, ele seria mais um representante do estado na câmara dos deputados, mas foi barrado pela lei do Ficha Limpa porque teve as contas rejeitadas quando era prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste.

A lei da Ficha Limpa surgiu a partir de uma campanha da sociedade. Em todo o país, foram colhidas mais de um milhão e meio de assinaturas. É uma lei criada para punir a corrupção e impedir que um político que cometeu crimes ou graves irregularidades administrativas possa ser eleito novamente. É o caso, por exemplo, de um governante que teve contas rejeitadas em duas instâncias, ou seja, duas vezes.

Curiosamente, entre os 22 parlamentares autores do projeto ficha limpa está o deputado federal Paulo Rubem Santiago (PDT) (foto 1), o único aqui do estado. Nas eleições de domingo, ele teve 41.728 votos e foi o último dos 20 eleitos pela coligação Frente Popular de Pernambuco. A ironia é que agora Paulo Rubem pode perder o mandato para um político que está enquadrado na lei do Ficha Limpa. “Eu quero crer em todas as entidades que trabalharam pela lei para que os eleitos na ficha limpa não tomem posse”, disse o político.

O político que pode tirar o mandato de Paulo Rubem é justamente o ex-prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, José Augusto Maia (foto 2), que recebeu 46.267 votos, só que teve a prestação de contas rejeitada pela Câmara Municipal e pelo Tribunal de Contas do Estado. A candidatura de José augusto Maia não foi aceita pelo Tribunal Regional Eleitoral. Ele foi barrado pela lei da Ficha Limpa e recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral. “Em todos os casos de prefeitos com o meu caso, é a Câmara de Vereadores quem julga, e eu estou limpo na Câmara. Então, eu devo ser o deputado eleito por Pernambuco”, falou.

O TRE informou que a candidatura de José Augusto maia continua impugnada com base na Lei do Ficha Limpa e o recurso dele está sendo julgado pelo Superior Tribunal Eleitoral.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O QUE É A VIOLÊNCIA SEXUAL?


Define-se violência sexual como: “a ação que obriga uma pessoa a manter contato sexual, físico ou verbal ou a participar de outras relações sexuais com uso de força, intimidação, coerção, chantagem, suborno, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule ou limite a vontade pessoal. O conceito também inclui o fato do agressor obrigar a vítima a realizar alguns desses atos com terceiros”.4

Nesta descrição inclui-se o estupro, a corrupção de menores, o atentado violento ao pudor, o sexo forçado no casamento, o abuso sexual infantil, o abuso incestuoso, o assédio sexual e outras condutas desrespeitosas: carícias não desejadas, penetração oral, anal ou genital, com pênis ou objetos de forma forçada, exposição obrigatória a material pornográfico, exibicionismo e masturbação forçados, uso de linguagem erotizada, em situação inadequada, impedimento ao uso de qualquer método contraceptivo ou negação por parte do parceiro(a) em utilizar preservativo e ser forçado(a) a ter ou presenciar relações sexuais com outras pessoas, além do casal.5

A alta incidência destes crimes e a sua repercussão social para as vítimas, indicam que a violência sexual constitui um problema de saúde pública.6 Além disso, a violência sexual decorre da desigualdade de poder nas relações doméstico-familiares.

4 Ministério da Saúde, Cadernos de Atenção Básica, Caderno 8, Violência Intrafamiliar, Brasília, 2000.

5 Ministério da Saúde, Violência Intrafamiliar: Orientações para as Práticas em Serviço, Brasília, 2002.

6 Drezett, Jefferson Ferreira, Estudo de Fatores relacionados com a Violência Sexual contra Crianças, Adolescentes e Mulheres Adultas.

Tese de Doutorado de Medicina, Curso de Pós-Gradução do Centro de Referência da Saúde da Mulher e de Nutrição, Alimentação e Desenvolvimento Infantil, 19 de abril de 2000.

(Cartilha-Advocaci-Ipas violencia sexual)

Gravidez na Adolescência: a antropologia numa experiência aplicada

Gravidez na Adolescência: a antropologia numa experiência aplicada

Josineide de Meneses Silva*

Andrea Butto**

Este artigo apresenta algumas reflexões resultantes de uma pesquisa antropológica e experiência prática na área de educação voltada à gravidez na adolescência no distrito de São Domingos - Brejo da Madre de Deus - uma das áreas piloto do Núcleo de Saúde Pública (NUSP) do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco. Tem por objetivo responder principalmente como combinar a antropologia aplicada num projeto de intervenção voltado para a saúde sexual e reprodutiva de adolescentes? Para tanto é necessário conhecer o cenário das nossas ações.

1. Adolescência e saúde reprodutiva: as representações locais

A primeira parte do trabalho realizado por nós em São Domingos consistiu numa pesquisa qualitativa sobre as representações sociais em torno da gravidez na adolescência.

Quanto às informações quantitativas já de início sabíamos que no município os/as adolescentes constituem 20% da população (entre 10 a 19 anos) mas apesar disso não conhecem programas específicos. A mortalidade nessa população é de aproximadamente 5% do total do município e as causas são as doenças do aparelho circulatório, e em menor proporção, as causas externas e as mal diagnosticadas.

As informações relativas à idade da mãe e nascidos vivos do distrito de São Domingos colhidas tanto no cartório de Santa Cruz do Capibaribe como no cartório de São Domingos sobre os anos de 1994 e 1995 (dados parciais), nos foi possível constatar através de uma análise comparativa que houve uma diminuição no número de nascimento entre mães adolescentes. É importante salientar que estes dados podem encobrir o número de gestações entre adolescentes, pois não dispomos informações sobre gravidez interrompida. A partir dessas informações constatamos que em São Domingos a gravidez passou a atingir faixas etárias mais jovens.

Em relação à população adolescente do distrito, as questões que mais mobilizam os serviços de saúde estão relacionadas com a saúde reprodutiva, especialmente DST’s e gravidez. Sobre o atendimento às gestantes procuramos nos inteirar do serviço de acompanhamento pré-natal e descobrimos a partir dos dados obtidos no posto de saúde do Distrito, que a freqüência de grávidas corresponde à taxa esperada de gestantes no país (4%). Mas por falta de registro discriminado por idade, não nos foi possível conhecer o número total, e a freqüência ao posto, de adolescentes grávidas.

A partir das informações secundárias coletadas, percebemos a escassez de dados referentes à saúde reprodutiva adolescente e assistência voltada à população jovem, particularmente sobre a gravidez na adolescência, o que ao nosso ver, pode contribuir para uma mistificação em torno das representações construídas sobre gravidez na adolescência.

Quanto às informações qualitativas, percebemos inicialmente que prevalecia na população uma idéia da gravidez na adolescência associada à promiscuidade, prostituição, abandono familiar, ausência de parcerias conjugais, vulnerabilidade maior à pobreza e à violência. Constatamos também que a responsabilidade pela gravidez é atribuída exclusivamente às adolescentes mulheres e seus pais.

No contato com informantes fomos percebendo que o ethos rural interferia na concepção sobre a idade ideal para se engravidar. Embora os/as adolescentes de São Domingos estejam sob permanente influência urbana (Santa Cruz do Capibaribe) ainda recebem influências da socialização de suas famílias de origem quanto à sexualidade e padrões de reprodução. O que por si só já representa um elemento importante para analisar as causas da gravidez neste fase de vida.

A maior autonomia e liberdade sexual entre os/as adolescentes, transformam os padrões de comportamento mas estes não encontram suporte para a vivência dessa liberdade/autonomia de forma assistida e segura. Há uma ausência de programas de saúde voltados à orientação sexual e reprodutiva para a população em geral e também para os jovens.

Para além das influências sociais, aspectos subjetivos interagem com esta problemática. A noção construída sobre gravidez é por demais homogênea nas representações culturais locais. O despertar para o desejo de engravidar não pode ser pensado indiscriminadamente segundo critérios geracionais. A busca de liberdade/autonomia e conquista da fase adulta muitas vezes fica embutida no aparecimento da gravidez na adolescência, pois, concretiza-se junto com ela a possibilidade de vir a formar um novo grupo familiar, com independência em relação aos grupos familiares de origem. Daí porque nos parece um equívoco pensar que a gravidez nesta fase de vida é necessariamente indesejada.

Mudanças sociais no campo da família e principalmente no estabelecimento de parcerias conjugais nos parecem também importantes para abordar este tema, pois, gerações anteriores se defrontaram com a gravidez na adolescência de outra maneira. Nossas avós receberam aceitação diante da condição de gestantes mesmo quando jovens e isso não ocorre mais. Ao nosso ver esta mudança nos níveis de aceitação estão relacionadas à ausência de parcerias conjugais junto às grávidas adolescentes de hoje.

Conflitos geracionais no interior da família se concretizam em aspectos relativos à sexualidade e reprodução. Pais realizam queixas de falta de informações e estratégias para poder orientar seus filhos nesta área de conhecimento e comportamento, e acabam reagindo com omissão e ocultamento, estratégia que adquire segundo eles, um significado preventivo diante do risco com o desconhecido. Diante desta realidade adolescentes se ressentem de diálogo e ficam obrigados a buscar informações e orientações em outros espaços de convivência: escola, amigos, parentes próximos de geração.

Finalmente o recorte de gênero na socialização das crianças cria diferenças fundamentais na compreensão entre adolescentes homens e mulheres. As mulheres costumam se responsabilizar pelas conseqüências dos seus atos no campo da sexualidade e contracepção e de outro homens vivem a sua sexualidade de forma despreocupada e não apresentam inquietações com a contracepção, além de demonstrarem menores conhecimentos sobre as diversas estratégias possíveis de serem utilizadas a fim de cuidar da saúde sexual e reprodutiva.

2. A experiência com as ações educativas no campo da sexualidade e contracepção

A partir das entrevistas realizadas planejamos o segundo momento do trabalho, a intervenção que realizaríamos junto aos profissionais de saúde e educação. Essa segunda fase se coloca como um grande desafio para os/as antropólogos/as que se vêem num processo de criação de alternativas junto, e para o "outro". É o momento de exercitar-se em campo, não mais no papel de investigador mas de favorecer o debate e reflexão sobre a situação vivenciada pelo grupo envolvido nas ações realizadas. E desse momento específico surgem questões importantes no que diz respeito a antropologia aplicada.

A principal questão que nos mobilizou inicialmente foi a necessidade de ter habilidade para lidar com valores diferentes e de certa forma contrários à perspectiva mais atualizada sobre a gravidez na adolescência e como, a despeito disso, poderíamos contribuir para a mudança. A escolha metodológica da intervenção, denotou o caráter que gostaríamos de empreender na nossa ação. Optamos por oficinas de sensibilização, uma vez que esta escolha possibilita a construção de um processo coletivo, onde não são confrontados os nossos saberes e o do grupo, mas sim as próprias representações e saberes trazidos por cada membro do grupo. Partíamos, portanto, das experiências vividas individualmente e relatadas no grupo, para através de várias estratégias (dinâmicas, brincadeiras, teatralização, colagens, desenhos e exibição de vídeos), colocarmos novas alternativas a serem discutidas, assim como informações corretas e desmistificadoras, principalmente em relação à sexualidade.

As oficinas realizadas demonstravam um perfil diferenciado de cada grupo, estando sempre no centro de polêmica destes, a questão do desejo das adolescentes de vivenciarem ou não nesta fase uma gravidez. O grupo de profissionais de saúde se mostrava dividido quanto à aceitação do desejo das adolescentes como aspecto importante a ser considerado tratando-se da gravidez na adolescência. Isso tinha como explicação, o fato de neste grupo haver a participação de pessoas de dentro e de fora da comunidade uma vez que estavam reunidos nele o PSF e o PACS. O primeiro composto por uma equipe vinda de outra cidade apresentou uma maior abertura para considerar o desejo de engravidar das adolescentes. Entre os profissionais de educação, verificamos uma maior simetria de trajetórias profissionais, o que possibilitava uma maior homogeneidade do grupo. Este aspecto foi decisivo para promover uma mudança mais coletiva em relação às resistências anteriores com a polêmica: sexualidade x desejo de engravidar x adolescência.

3.Antropologia aplicada e a teoria feminista

Realizada a descrição do cenário e ações desenvolvidas no projeto, passamos agora a tratar do objetivo central deste artigo, qual seja, a articulação entre antropologia aplicada, feminismo e saúde reprodutiva adolescente.

Para dar início à discussão consideramos importante tomarmos a antropologia e o seu papel nos processos socioculturais. Muitas páginas alimentaram um debate sobre o tema, principalmente entre as décadas de 50 e 60. Embora ênfases distintas fossem atribuídas aos diversos elementos envolvidos no assunto, duas questões serão levantadas para a discussão proposta neste trabalho: a relação entre métodos e fim da teoria social, perspectiva empreendida por Bastide e a relação entre pesquisa e mudança social debatida com maior destaque por Lucy Mair.

Roger Bastide (1979) situa a antropologia aplicada na evolução histórica da mudança de relação entre ciência e prática, que vai desde Descartes até Marx. Entre as diferentes tensões provocadas por esse debate afirma que a antropologia aplicada constitui uma ciência teórica da prática e não uma ciência aplicada à prática. Esta definição está relacionada com a preocupação em distingir papéis diversos que interagem numa intervenção antropológica. Para Bastide deveria existir uma clara divisão de trabalho entre os especialistas das ciências sociais e entre os beneficiários da ação de mudança planejada. Estas fronteiras não são muito destacadas por Lucy Mair. Para esta autora mudança social e antropologia aplicada constituem dois lados de uma mesma moeda, e embora distinguindo papéis entre antropólogos e colonizadores na história, a ênfase recai mais sobre os conflitos, os aportes e as limitações existentes nas diversas iniciativas da antropologia à frente do trabalho nas colônias, do que na divisão de trabalho entre cientistas sociais e homens práticos.

Strathern (Kofes:1996) afirma ser um mito aquele que sugere que foi o feminismo que motivou na antropologia, o estudo sobre mulheres e sobre as relações masculino e feminino e o que considera que a antropologia e as teorias feministas, ou a antropologia inspirada por estas teorias, não comportam diferenças e inovações em relação aos estudos anteriores. Não é casual segundo a autora que em 1949 tenha se escrito Macho e Fêmea de Margareth Mead e O Segundo Sexo de Simone de Beauvoir.

As questões debatidas na antropologia mostram bastante sintonia com alguns elementos trazidos pelo feminismo e a sua crítica à pretensa neutralidade científica. Desconstruindo a objetividade, o feminismo mostrou que os pressupostos e práticas científicas estavam contaminados pelo androcentrismo. Para sanear estas distorções, diversas pesquisadoras propuseram o fim da separação sujeito-objeto. Esta nova perspectiva aponta - da mesma forma que a antropologia aplicada - para uma modificação nos meios e fins do trabalho científico. Propõe quebrar a divisão de trabalho presente na pesquisa acadêmica, na relação com seu objeto de estudo e na necessidade de interagir com o mesmo. O feminismo concretizou estas posições tanto a nível metodológico, construindo uma estratégia de valorização dos diversos saberes das mulheres, como nos objetivos da ação científica, quebrando a pretensa neutralidade e se posicionando claramente a favor do seu objeto de trabalho e propondo abertamente benefícios em seu favor.

Para além das contribuições ao debate sobre a construção da ciência, o feminismo foi protagonista de ações políticas e foi também responsável pela formulação de novas estratégias para lidar com questões relativas à saúde e sexualidade, partindo do pressuposto da desnaturalização das relações de gênero. Aqui podemos localizar pontos de confluência. No tema de interesse deste artigo podemos nos referir às pesquisas de Margareth Mead (1969e 1978) e até mesmo de Evans Pritchard. Embora este último, sem uma ênfase maior sobre os aspectos relativos à relação entre cultura, gênero e adolescência, descreve a relação mãe-filho e pai-filho entre os Nuer, referindo-se às mães solteiras que naquela sociedade eram consideradas como pessoas não adaptadas à vida conjugal, sem que isso as levasse a acusações de imoralidade (ARAGÃO,1983). Já a obra Adolescência em Samoa permite se somar na desconstrução de idéias pré-estabelecidas sobre adolescência em geral, e também sobre a sexualidade entre mulheres e homens durante a juventude.

Após todas estas considerações fica mais claro que combinar a antropologia e o feminismo não se trata de um empreendimento novo, o que pretendemos é reatualizá-lo através da nossa experiência num projeto de atuação na área de educação voltada para a gravidez na adolescência.

4.Considerações críticas à antropologia e feminismo a partir desta experiência

A pesquisa e intervenção em São Domingos trouxe-nos a experiência de lidar

com conflitos advindos de um trabalho aplicado, o que nos fez concluir que para a realização de uma intervenção se faz necessário uma profunda aproximação da realidade e sua representação nos grupos para os quais as ações se dirigem. A antropologia fornece instrumentos para essa aproximação uma vez que ressalta a necessidade de compreender o outro nas suas variadas dimensões, estando implícito aí o respeito pelas diferenças com as quais entramos em contato. No entanto numa experiência aplicada, a mudança se apresenta como algo que vamos nos defrontar e nesse momento é vital que essa não seja imposta mas decidida e combinada pelo grupo em questão.

Esta postura se associa ao que Marc Augé (1996), em seu livro O sentido dos outros discute como uma alteridade com dupla acepção. A primeira equivalente ao outro como objeto e a segunda como o sentido que o outro elabora. Nessa segunda acepção o outro adquire o lugar de sujeito. Diante disso a antropologia é redimensionada partindo das identidades e da alteridade .

"...Si a antropología es ante todo uma antropología de la antropología de los otros, ello no se debe a que no hayan definido una série de relaciones "normales" (instituídas e simbolizadas) entre generaciones, entre primogénitos y cadetes, entre hombres y mujeres, entre aliados, entre linajes y extranjeros, etc. La primera tarea del antropológo consiste en determinar esse documento de la identidad y de la alteridad relativas...".

Em se tratando da sexualidade e saúde reprodutiva adolescente consideramos que a noção do outro como sujeito leva a redefinir a relação entre reprodução e desejo, reprodução e parceria conjugal, reprodução e dinâmica geracional, reprodução e responsabilização, reprodução e autonomia/informação considerando a especificidade da adolescência e o olhar da sociedade sobre eles/as.

Em que pese a tentativa de retirar a reprodução de um espaço isolado e trazê-la para um contexto mais amplo das políticas públicas e relações sociais a partir das contribuições feministas, verificamos a necessidade do conceito de direitos reprodutivos ser ampliado no sentido de incorporar diferenças existentes no interior desses grupos sociais, isto implica por exemplo, em considerar o aspecto geracional como uma dimensão importante na análise das mudanças sociais, principalmente no campo da sexualidade.

http://www.ufpe.br/proext/images/publicacoes/cadernos_de_extensao/saude/gravidez.htm



VAMOS DIAGNOSTICAR NOSSA ESCOLA

AINDA SOBRE O COMBATE A EVASÃO E REPETÊNCIA ESCOLAR E, A VENDA E CONSUMO DE DROGAS, A ESCOLA MUNICIPAL SÃO DOMINGOS CONTINUA SEU TRABALHO PROVOCANDO A COMUNIDADE PARA PARTICIPAR DA ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ATRAVÉS DE REUNIÕES DE SETORIZADAS PARA ELABORAR O DIAGNÓSTICO DA ESCOLA.

ESTE TRABALHO CONSISTE EM SEMINÁRIOS ONDE CADA SETOR DA ESCOLA IRÁ SE REUNIR PARA IDENTIFICAR OS AVANÇOS QUE A ESCOLA TEVE COM SEUS PROJETOS, OS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE A ESCOLA TEM E ELABORAR PROPOSTAS PARA QUE POSSAMOS MELHORAR A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO NA NOSSA COMUNIDADEDE.

É FUNDAMENTAL QUE CADA SEGUIMENTO DA ESCOLA FAÇA ESTE TRABALHO DE ACORDO COM OS SEUS INTERESSES PARA QUE A HIERARQUIA ESCOLAR NÃO INTERFIRA NOS RESULTADOS E A AVALIAÇÃO SEJA O MAIS FIEL POSSÍVEL.

ASSIM SENDO DIVIDIMOS OS SEGUINTES SETORES DA ESCOLA:

09/10/2010 ÀS 08:00H – (ESTUDANTES)

REUNIÃO COM O CONSELHO DE ALUNOS COMPOSTO PELOS REPRESENTANTES DE CLASSE DE TODAS AS TURMAS DA ESCOLA

09/10/2010 ÀS 10:00H – (DEMAIS FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA)

REUNIÃO COM OS DEMAIS FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA (SERVENTES, MERENDEIRAS, VIGIAS, PORTEIROS, ZELADORES)

20/10/2010 ÀS 19:00H – (PAIS E OU RESPONSÁVEIS)

REUNIÃO COM OS PAIS E OU RESPONSÁVEIS

21/10/2010 ÀS 15:00H – (LÍDERES COMUNITÁRIOS)

REUNIÃO COM A SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA NA COMUNIDAE A EXEMPLO DE PASTORES, PADRE, SINDICATOS, ASSOCIAÇÕES

23/10/2010 ÀS 09:00H – (PROFESSORES)

REUNIÃO COM OS PROFESSORES

23/10/2010 ÀS 08:00H – (ADMINISTRATIVO)

REUNIÃO COM O CORPO ADMINISTRATIVO DA ESCOLA

OS GRUPOS DE TRABALHO CONSISTE NA SEGUINTE PROVOCAÇÃO:

QUE ESCOLA NÓS TEMOS?

(SERÃO APONTADOS OS PROJETOS IMPLANTADOS PELA ESCOLA QUE SURTIRAM EFEITOS POSITIVOS PARA MELHORAR A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO)

(IDENTIFICAR OS PROBLEMAS QUE A ESCOLA ENFRENTA TAIS COMO: ESTRUTURA FÍSICA, RELACIONAMENTO ENTRE ALUNOS, PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS E A COMUNIDADE EM GERAL)

QUE ESCOLA QUEREMOS?

(FAZER PROPOSTAS POSSÍVEIS DE SEREM REALIZADAS NA ESCOLA PARA , MELHORAR A QUALIDA DA EDUCAÇÃO)