quinta-feira, 31 de maio de 2012

Iracema - Uma Transa Amazônica


Gênero: Documentário/Drama; Diretor: Jorge Bodanzky e Orlando Senna, 1974 Brasil.
O filme é na realidade um auto-retrato da população da Transamazônica. Retrata realisticamente os problemas da região. Conta a história de uma menina do interior, que vai a Belém com a família para pagar promessa na festa do Sírio Nazaré. O novo meio e as companhias que encontra levam a menina à prostituição. Conhece num cabaré um motorista de caminhão Tião Brasil Grande, negociante de madeira. Influenciada pelas outras prostitutas ela quer ir para os grandes centros ( São Paulo e Rio de Janeiro) e pega carona com o motorista.
Elenco;
Edna de Cássia (Iracema), Paulo César Pereio (Tião), Conçeicão Senna, Rose Rodrigues, Fernando Neves, Sidnei Piñon, Natal, Elma Martins, Wilmar Nunes, Lúcio dos Santos

Garrincha - Alegria do Povo


Documentário; Direção: Joaquim Pedro de Andrade, 1962 Brasil.
Documentário sobre o mais famoso driblador do futebol brasileiro (e talvez da história do futebol) no apogeu de sua carreira, mostrando cenas clássicas das Copas do Mundo de 1958 e 1962. Garrincha foi um jogador muito talentoso e original, conhecido também por suas pernas tortas. Mulheres e o álcool foram as suas paixões, que acabaram por causar seu declínio. Após uma carreira gloriosa, morreu na miséria e esquecido. Primeiro documentário da história do cinema brasileiro de tema esportivo.
Elenco;
* Manoel Francisco dos Santos (Garrincha)
* Nair dos Santos
* João Paulo Câmara
* Ubirajara Oliveira
* Juscelino Kubitschek
* Carlos Lacerda
* Heron Domingues .... narração



quarta-feira, 30 de maio de 2012

UTOPIA E BARBARIE


UM BOM FILME
PARA BONS ALUNOS E
BONS PROFESSORES



Documentário; Direção: Silvio Tendler, 2009 Brasil; Idioma do Áudio: Português, Inglês, Espanhol, Francês, Italiano.
"Utopia e Barbárie" é um road movie histórico que percorreu ao todo 15 países: França, Itália, Espanha, Canadá, EUA, Cuba, Vietnã, Israel, Palestina, Argentina, Chile, México, Uruguai, Venezuela e Brasil. Em cada um desses lugares, Tendler documentou os protagonistas e testemunhas da história do século XX.
Nas telas, o documentário transita por alguns dos episódios mais polêmicos da história mundial recente, como as bombas de Hiroshima e Nagasaki, o Holocausto, a Revolução de Outubro, o ano de 1968 no mundo (Brasil, França, Chile, Argentina, Uruguai, dentre outros), a Operação Condor, a queda do Muro de Berlim e a explosão do liberalismo mais canibal que a História já conheceu.
Elenco;
Entrevistas com Amos Gitai, Augusto Boal, Carlos Chagas, Denys Arcand, Dilma Roussef, Eduardo Galeano, Faride Zeran, Fernando Solanas, Ferreira Gullar, Francesco Rosi, General Giao, Gillo Pontecorvo, Jocob Gorender, Leandro Konder, Marlene França, Nahum Shaban, Vu Khoan, Zé Celso dentre outras pessoas.

COMBATE AO ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Através de convite da direção da nossa escola (ESCOLA MUNICIPAL SÃO DOMINGOS), membros do COMDECA de Sta. Cruz do Capibaribe (Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente), realizaram uma importante palestra buscando conscientizar nossos alunos a respeito do Abuso e da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O palestrante Laércio Glicério trouxe dados do UNICEF que relatam que cerca de um milhão de crianças são vítimas de violência sexual no mundo a cada ano. Um dado preocupante abordado pelo palestrante é a falta de denúncia dos casos de abuso.

Logo após a palestra foi exibido o filme "Anjos do Sol" que conta a história de uma garota chamada Maria que foi vendida pelo pai e aos 12 anos de idade e se vê obrigada a entrar no mundo da prostituição. Finalizando o encontro a Conselheira de Direito Lucimara Silva deixou uma mensagem de conscientização aos alunos, afim de que denunciem qualquer atitude suspeita de Abuso e/ou Exploração Sexual contra crianças e adolescentes.


Exposição Fotográfica do Rio Capibaribe

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Cinema em São Domingos



Cinema em São Domingos:


Madre Teresa


O MovPaz Santa Cruz continua seu projeto “Cinema Pela Paz” e estará exibindo o filme “Madre Teresa” na comunidade de São Domingos.
Data: 01 de junho de 2012 (sexta-feira)
Hora: às 19:00 h.
Local: Salão Paroquial de São Domingos (ao lado da Igreja Católica)
Entrada grátis.
Madre Teresa é uma das personalidades que melhor representou a luta pela paz no século XX. Ela começou a ser sensibilizada ao receber cartas de missionários jesuítas da Índia, e ao saber da miséria material e espiritual de tanta gente, tinha seu coração tocado. Quando iniciou seu trabalho, procurava ajudar os grupos de maior vulnerabilidade social, como crianças abandonadas, aidéticos, mulheres que haviam sido abusadas e engravidaram, leprosos (como eram chamados na época os portadores de Hanseníase). O reconhecimento do mundo pelo seu trabalho concretizou-se com o Prêmio Templeton, em 1973, e com o Nobel da Paz, em 1979.
Conhecendo esta história belíssima e emocionante, o MovPaz Santa Cruz convida a todos os cidadãos são-dominguenses para compartilhar de um momento ímpar no distrito, durante esta sessão de cinema no Salão Paroquial de São Domingos. 

DECLARAÇÃO SOBRE O ATUAL MOMENTO DA SECA NO SEMIÁRIDO


DOCUMENTO DA ARTICULAÇÃO NO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO (ASA)
À Presidenta Dilma Rousseff
Aos governadores dos Estados no Semiárido Brasileiro
Aos Prefeitos Municipais
À População Brasileira


DECLARAÇÃO SOBRE O ATUAL MOMENTO DA SECA NO SEMIÁRIDO

“A luta contra a miséria e a fome tem dupla dimensão: a emergencial e a estrutural. A articulação entre as duas dimensões é complexa e cheia de astúcias. Atuar no emergencial sem considerar o estrutural é contribuir para perpetuar a miséria.
Propor o estrutural sem atuar no emergencial é praticar o cinismo de curto prazo em nome da filantropia de longo prazo”.
(Betinho)
O Semiárido brasileiro neste momento está mergulhado em uma das secas mais cruéis e devastadoras dos últimos 30 anos. Da chegada dos portugueses aos dias atuais, já se somam 72 grandes secas com características similares.
As secas são previsíveis e seus efeitos sobre a população são extremamente graves com consequências em todos os setores da região. Quadro que não é nenhuma surpresa para quem conhece a história e realidade do Semiárido brasileiro.
Estamos diante de um momento extremamente grave de longa estiagem, uma das maiores e mais intensas das últimas três décadas, que deverá se prolongar até 2013. Em situações como essa os grandes proprietários têm prejuízos, mas os sem terra e pequenos agricultores são os que mais sofrem perdas que colocam em risco as suas vidas, a de seus rebanhos e suas reservas de sementes e alimentos.
Mais de 500 municípios encontram-se em estado de emergência. As plantas cultivadas no entorno das casas, quintais produtivos, estão morrendo, os rebanhos dizimados e as reservas de sementes, organizadas em casas e bancos comunitários ou familiares, correm o risco de desaparecer frente à necessidade de alimentação da população. Desde o ano passado não chove o suficiente para acumular água nas cisternas para consumo da família e para a produção.
O quadro atual é grave! Há que se priorizar o socorro imediato às famílias que estão sem água, mas há a mesma urgência em investir em ações estruturantes para que essas famílias possam enfrentar os períodos de longa estiagem, cíclicos e previsíveis, sem passar fome ou sede.
No Brasil e no Semiárido, as secas sempre foram oportunidade fértil para as oligarquias aumentarem suas posses de terras, se locupletarem dos recursos públicos, conseguirem, com recursos públicos, obras vultosas e caras para beneficiar suas propriedades e de seus comparsas políticos, enraizarem seu poder político à custa da miséria da população, exposta em filas à busca de gotas de água e migalhas de alimentos. Aliado a este quadro, as secas expulsam de suas terras e de seu torrão natal centenas e milhares de cidadãos do Semiárido, que se tornam errantes na busca e na esperança de melhores dias.
A oligarquia e os políticos dela oriundos e a ela ligados sempre explicaram este fenômeno como algo de responsabilidade da natureza, esquecendo-se, intencionalmente, das decisões políticas deles próprios e dos governantes. Creditam, assim, à natureza, aquilo que é responsabilidade e resultado das decisões políticas.
Esta seca, no entanto, embora ainda mantenha enraizadas muitas destas mazelas e injustiças, traz consigo outro viés que tem tornado a população mais capaz de resistir, de ser cidadã e deixar de ser manipulada.
Efetivamente muitas políticas e programas se espalham pelo Semiárido, tornando-o, de certo modo, diferente, mais humano, mais adequado à convivência com o clima e suas intempéries. Evidentemente nem todos os programas oficiais a que nos referimos se revestem de características de convivência com o Semiárido, mas todos eles dão sua parte para a garantia mínima da dignidade das pessoas. Eis alguns exemplos:
a) O bolsa família, acrescido do bolsa estiagem, enquanto ações emergenciais, tem desempenhado papel chave na alimentação das pessoas, sem que para isso necessitem de engordar filas de miseráveis, mendigando alimentos que, mesmo adquiridos com recursos públicos, eram distribuídos por prefeitos, vereadores e cabos eleitorais, reforçando seu (deles) poder político.
b) A extraordinária malha de captação de água construída no Semiárido através das cisternas, quer sejam elas da ASA, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), dos Governos Estaduais e Municipais, da Fundação Banco do Brasil e de vários outros atores e parceiros; esta malha armazena milhões de litros de água outrora literalmente desperdiçados.
c) A malha de captação e distribuição de água para produção e dessedentação de animais, cisternas calçadão, barragens subterrâneas, tanques de pedra, barreiro-trincheiras, bombas d’água popular, outros, financiada quer pelo poder público, quer por várias parcerias.
d) As adutoras e processos semelhantes de abastecimento da população.
e) A decisão da Presidenta da República de universalizar o acesso à água para todos os cidadãos do Semiárido, o que implica, entre outras medidas, na construção de quase 700 mil cisternas.
f) As ações do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e de compra da alimentação escolar (PNAE), que aos poucos estrutura propriedades, criou e enraizou bancos de sementes e processos os mais variados de armazenamento de grãos e sementes.
g) O crédito destinado à agricultura familiar e os processos de assistência técnica, aumentados significativamente nos últimos anos, embora ainda carentes de uma adequação mais radical à realidade do Semiárido e Agroecologia.
h) Os processos agroecológicos implementados especialmente devido à teimosia de organizações não governamentais e iniciativas locais.
i) O Seguro Safra.
j) As linhas de crédito oficiais para a seca, anunciados e já em implementação nas regiões e que aumentam a capacidade dos agricultores de resistir e conviver com o Semiárido, manter vivos seus animais, reestruturar suas propriedades.
Todos estes processos e muitos outros realizados e implementados no Semiárido pelas experiências de fundos rotativos solidários, pela economia solidária, pelos intercâmbios entre agricultores pelas experiências variadas oriundas da criatividade dos agricultores, foram, gradativamente se tornando a base para que os agricultores do Semiárido se tornassem cada vez mais sujeitos de sua história.
A ASA se vê na construção desta caminhada diferente, participando de muitos destes processos mesmo com críticas aos mesmos, buscando promover a partilha no lugar da concentração, disseminando as pequenas obras em contrapartida aos projetos faraônicos, valorizando o camponês enquanto sujeito protagonista, portador de direitos, responsável por sua própria libertação, desencadeando outro tipo de desenvolvimento, sustentado e sustentável, que tem por fundamento a participação, a organização, a educação e o empoderamento das pessoas.
Isso, no entanto, se expressa melhorias, ainda está longe de ser suficiente. Ao contrário, assistimos constantemente uma luta dialética entre a proposta de convivência com o Semiárido, que diríamos estar na raiz das ações que refletimos acima, e daquelas de combate à seca, responsáveis pela miséria implementada do Semiárido e pela concentração das riquezas.
Diante desse quadro, a ASA vem a público refletir e propor o que se segue:
I – Ações emergenciais e o cuidado cidadão.
1. Abastecimento imediato e contínuo das cisternas com água tratada distribuída gratuitamente pelas empresas públicas estaduais e municipais de abastecimento de água e/ou exército. Onde não for possível abastecer com água tratada, que seja acompanhada de hipoclorito para que as próprias famílias possam fazer em casa a filtragem e o tratamento. As cisternas, efetivamente, assumem duas funções: armazenar água das chuvas e ser recipiente de armazenamento e reivindicação de água por parte da população quando não chove.
2. Cuidado cidadão para que este abastecimento, feito enquanto direito e com recursos públicos, não se torne instrumento de manipulação política e de enriquecimento ilícito. Infelizmente já há sinais de que esta prática não foi extinta, dado que começa a se manifestar e atuar em determinados espaços e municípios.
3. Conclamamos todas as nossas comissões municipais de água para que realizem o controle social destes processos e denunciem os desvios para a devida punição.
4. Apelamos aos Ministérios competentes para que instituam disque denúncia por onde os cidadãos possam denunciar estas práticas e para o Supremo Tribunal Eleitoral no sentido de estabelecer uma Campanha: “NÃO TROQUE SEU VOTO POR ÁGUA. ÁGUA É DIREITO SEU”. O Brasil tem o dever ético de não consentir que as medidas de emergência e socorro às pessoas se transformem em instrumentos de manipulação e desvirtuação das eleições.
5. Abastecimento das cisternas calçadão e outros instrumentos de armazenamento de água visando fundamentalmente a dessedentação animal.
6. Controle das irrigações, de modo especial daquelas mais predadoras.
7. Liberação imediata dos créditos especiais no sentido de dotar os agricultores de capacidade de alimentar seus animais e manter suas propriedades e negociação dos débitos pendentes, se necessário.
8. Cuidado todo especial para que os créditos liberados não sejam sempre e continuamente aqueles maiores e mais volumosos – tendência dos bancos – o que tornará inócua a linha de crédito da agricultura familiar e poderá ser um instrumento de enriquecimento.

II - Ações Estruturantes
A convivência com o Semiárido que, aos poucos, vai transformar a região numa terra próspera e feliz, não se concretiza e realiza através de ações emergenciais. Estas são importantes, mas passageiras. Os olhares devem estar voltados para as dimensões estruturantes. Neste contexto de seca e sabendo, igualmente, que outras virão e que a história cobrará de nós quais providências tomamos para uma melhor convivência com o clima, conclamamos os poderes públicos a:
1. No campo da captação da água.
a) Continuidade imediata do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da ASA, e início imediato das ações de cisternas de consumo humano e de produção contratadas entre o MDS e os Estados. Não se justifica que, havendo recursos disponíveis, como é o caso, os Estados e consórcios municipais posterguem indefinidamente o início destas atividades que dotarão milhares de famílias de estruturas essenciais à convivência com o Semiárido.
b) Suspensão imediata do processo de cisternas de polietileno (plástico/PVC). Não se justifica, em hipótese alguma, que o Estado Brasileiro opte por cisternas de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) de custo, adquiridas de multinacionais, ao invés das cisternas de placas que utilizam produtos adquiridos no mercado local, tem tecnologia dominada pelos agricultores, utilizam mão-de-obra local, são mais baratas (menos de 50% do custo das outras) e tem eficiência comprovada.
Mais ainda, isso não se justifica quando se dispõe no país de uma imensa malha de organizações capazes de atuar nestas construções.
c) Limpeza de aguadas e açudes, numa perspectiva de armazenamento das águas das chuvas que virão.
d) Criação de um grande programa de escavação de pequenos barreiros (familiares) voltados a dotar as propriedades dos agricultores familiares de maior capacidade de captação e armazenamento de água.
e) Implementar as adutoras – ou serviços de água – previstos no Atlas de Águas do Nordeste (Agência Nacional de Águas), dando prioridade àqueles
considerados emergenciais, definidas em consulta à sociedade civil.
f) Rever a política de irrigação que demanda o dinheiro público e constrói canais para grandes empresas, mas não abastece as populações com necessidades básicas de consumo humano. É necessário lembrar que a Lei Brasileira de Recursos Hídricos (9433/97) define que a disponibilidade de água deve priorizar o abastecimento humano e a dessedentação dos animais.

2. No campo do acesso à terra.
O processo da seca não se manifesta apenas na questão da água. Ele se manifesta e se agudiza na concentração da terra. Em momentos como este que vivemos se nota, com exímia clareza, a diferença no processo de convivência, entre uma propriedade maior e uma mini, como a maioria do Semiárido.
Uma propriedade maior, que ao menos se aproxime do módulo fiscal de 70 hectares previsto em Lei, tem reservas alimentares humanas e para animais, pode ter variadas modalidades de armazenamento de água, plantios e criatórios diversificados e assim conviver melhor. Uma propriedade com dois hectares ou pouco mais, como a maior parte do Semiárido, se vê forçada a diminuir seus animais para não morrerem, consome rapidamente suas reservas de água e alimentos, consome suas sementes, morre.
É lamentável que o Governo Federal não tenha tomado a si a urgente tarefa de realizar uma reforma agrária no Semiárido, reforma esta adequada à sua realidade. Convenhamos que sem o acesso à terra, dificilmente os habitantes do Semiárido terão garantida sua saída da situação de extrema pobreza em que se encontram.
Conviver com o Semiárido é ter acesso à terra e nela viver bem.
3. No campo da assistência técnica e crédito.
A erradicação da miséria (ousado e essencial programa da Presidenta Dilma), a convivência com o Semiárido e a vida digna neste espaço andam de mãos dadas. Estruturalmente precisamos de uma assistência técnica sistemática, constante e processual, em moldes e metodologias agroecológicas, que resgatem e respeitem os saberes dos agricultores e com eles construam os novos conhecimentos necessários para a mudança da realidade do Semiárido.
É lamentável e inaceitável que o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) não realize chamadas públicas suficientes para dar cobertura aos agricultores do Semiárido, leve mais de um ano para celebrar contratos com organizações classificadas nas chamadas públicas e não leve a sério as chamadas existentes.
Assim é que a maior parte das chamadas do Semiárido está engavetada.

Este comportamento está desestruturando as organizações e afastando da assistência técnica centenas de pessoas que muito teriam a contribuir na lógica da convivência com o Semiárido e que poderiam, neste momento, estar atuando com mais afinco no socorro aos agricultores, inclusive, para que eles possam acessar melhor as políticas existentes.
O crédito, por sua vez, precisa ser cada vez mais adequado à convivência com o Semiárido e dimensão agroecológica, fugindo da linha hoje predominante de cadeias produtivas.
4. No campo da comercialização, venda de produtos e bancos de
sementes.
As experiências do PAA e PNAE em muito contribuíram, até hoje, para fortalecer as infraestruturas produtivas das unidades familiares e autonomizar a agricultura familiar. São inúmeras as famílias agricultoras que isso testemunham e que, por esta razão, hoje estão fora da miséria e melhor convivendo com o Semiárido. Faz-se necessário, assim, ampliá-las, em especial nas modalidades executadas diretamente com as famílias e associações comunitárias.
Outro instrumento importante que necessita ser potencializado são as feiras locais, nas quais os agricultores familiares vendem seus produtos, garantindo, assim, o escoamento dos mesmos. O Semiárido e seus agricultores ainda se ressentem de uma linha de crédito para aquisição de equipamentos para estruturação destas feiras.
Estruturar casas comunitárias de sementes e apoiar a aquisição, armazenamento e distribuição de variedades locais são também medidas essenciais para a autonomização e sustentabilidade da agricultura familiar e a garantia da segurança alimentar e nutricional.
Outras secas virão. A história continuará cobrando. Podemos passar para ela como cidadãos ou vilões.
Este o nosso dilema. Não podemos permitir, em hipótese nenhuma, que a seca que se apresenta e agudiza, seja oportunidade ou justificativa para que deixemos de lado a linha estruturante de convivência com o Semiárido, que reconhece nos agricultores os sujeitos de suas próprias histórias e de suas mudanças, e enveredemos pelo assistencialismo barato, desestruturador das pessoas e grupos, embora fácil de realizar.

A ASA conclama todas as suas entidades e técnicos/as a que, com mais veemência, determinação e afeto, possam dar conta das ações que estão a nosso encargo na ampliação da rede de captação e distribuição de água, na dinamização de bancos de sementes, em estar a serviço dos agricultores informando-os das políticas e medidas a que têm direito neste momento de seca, assim como a fazer o controle social da boa aplicação dos recursos públicos destinados ao seu socorro e, assim, continuando a construção da convivência com o Semiárido. A grande capilaridade de nossa rede estará, mais do que nunca, a serviço dos agricultores e agricultoras familiares. Cientes do forte papel das organizações sociais sem as quais as mudanças e as grandes conquistas não se efetuam, conclamamos todos os movimentos e organizações sociais do Semiárido Brasileiro para fiscalizar e denunciar candidatos/as que fizerem uso eleitoreiro de carros pipa ou quaisquer outros benefícios que as famílias tenham direito de acessar.
Conclama também os poderes públicos a que, deixando de lado a burocracia asfixiante que impede o Governo de agir com rapidez e eficiência, possa estar a serviço dos que sofrem, velando para que os recursos sejam bem aplicados e, em nenhuma hipótese, possam ser eleitoreiramente utilizados, ressuscitando práticas hediondas que povoam a nossa história.
Conclama todos os cidadãos a que, olhando criticamente o fenômeno da seca, nele não localizem miseráveis, incapazes, esmoleres e recebedores de nossa compaixão e doação do supérfluo, mas cidadãos que sempre tiveram seus direitos negados durante séculos e que, não obstante, lutaram e estão conseguindo implantar no Semiárido a política da convivência, que faz desta seca uma seca diferente.
O Semiárido não precisa de bondade. Precisa de justiça, solidariedade e de que os direitos de seus filhos e filhas sejam respeitados.
Deste modo, o que o Semiárido quer é a continuidade e aprofundamento da política de convivência com o Semiárido e de que seja cada vez mais afastada e erradicada a política de combate à seca.

Semiárido Brasileiro, maio de 2012

Coordenação Executiva da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA)


quinta-feira, 24 de maio de 2012

VENDO SÍTIO COM 10 HECTARES EM TAQUARITINGA DO NORTE - PE.


VENDO SÍTIO COM 10 HECTARES EM TAQUARITINGA DO NORTE - PE.

Á 6 Km do centro da cidade, em área de brejo com várzea, horta, olho d'água, poço artesanal, grande área construída com casa "precisando de reparos" (3 quartos, sendo 2 suítes, 3 salas, cozinha com banheiro social, varanda em L), área de lazer com 5 salas e wc feminino e masculino, dependência de empregados, uma construção inacabada para lazer ou negócio com espaço para salão de festas com palco e camarim, banheiro masc e fem, espaço para cozinha e barmem. Um belo jardim, 3 hectares de cajueiros e caixa d'água de 20 mil litros 3 pequenas de 250 litros.

Lenildo Araújo Corretor de Imóveis - CRECI 7390



260 ANOS DE FUNDAÇÃO DE BREJO DA MADRE DE DEUS - PE


PROGRAMAÇÃO


8h. Hasteamento das Bandeiras Oficiais na Prefeitura


8h30 Hasteamento das Bandeiras Oficiais na Câmara de Vereadores (Participação da Banda Musical Madre de Deus)



9h. Lançamento do Selo Comemorativo dos Correios, em homenagem aos 260 anos de Fundação da cidade, na Câmara de Vereadores



11h. Missa Solene no Marco Zero, Cruzeiro Madre Deus



12h. Corte do Bolo Comemorativo ao Aniversário de Fundação da cidade e após, Forró Pé de Serra



17h. Inauguração da Cidade Digital - Internet de graça para todos, praça do Bom Conselho (Durante a Inauguração, anúncios de Obras que acontecerão na cidade/SEDE



19h. Missa em Ação de Graças aos 260 Anos de Fundação do Brejo da Madre de Deus, na Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho



22h Bloco Cenoura Eletrika (Apoio e Patrocínio: Prefeitura do Brejo)



260 ANOS DE FUNDAÇÃO DE NOSSA QUERIDA CIDADE


Vamos participar, o sucesso desse Evento depende da mobilização de todos!

                                 Brejo da Madre de Deus, hoje tudo, era nada. Serras e montanhas circundando um vale, onde a natureza se encarregou da arquitetura, que por sinal uma das mais belas. Fé que construiu o mais importante. “O sonho de um povo”. Hoje tudo, era nada. Do nada se ergueu a coragem que estimulada pela Fé no futuro acrescentou-se a súplica intercessão ao infinito, clamando pela proteção Divina, presenteamos “Madre de Deus”. Onde, Brejo era brejo, foi Brejo de Fora, cresceu na demora entrou na história e não se apagará. O futuro virá provido do além, hoje os que não têm um dia terá um pedaço de chão, cantando a canção e tirando do chão o seu sustentar.
                            Assim é o meu Brejo, o teu Brejo também, acolhendo a quem um dia chegar. Foi assim no passado, muitos aqui passaram fazendo do nada um dia brotar. Hoje digo sem medo, propagando no verso o que o amanhã será, faço jus ao pedaço que um homem escreveu inspirado por Deus, vou aqui citar:
“Outras terras não invejo,
Quero sempre o meu Brejo
“Inteirinho pra mim” (Cônego Duarte)
Hoje o tudo que surgiu do nada. Aqui é o lugar...
Brejo da Madre de Deus, lugar de todo mundo morar, passear e visitar.
                        Geovani Barbosa

terça-feira, 22 de maio de 2012

Os Gangarras do Bandeira


Os Gangarras do Bandeira. História de um povo em busca de suas raízes
Descendentes dos primeiros holandeses, Gangarras do Bandeira driblam a miséria e o preconceito

André Duarte - Da equipe do DIARIO - DIÁRIO DE PERNAMBUCO - INTERIOR. 08/03/2005.

Eles são loiros, têm olhos claros, pele alva e continuam vivendo em regime de reclusão involuntária em pleno Agreste. Numa pequena vila rodeada por casas de taipa, ruas de terra batida e total ausência de infra-estrutura, 340 pessoas tentam manter uma história registrada apenas pela tradição oral. Tratam-se dos Gangarras do Bandeira, remanescentes de uma comunidade encravada a seis quilômetros do município de Brejo da Madre de Deus. Pouco se sabe do passado, mas o preconceito dos moradores da cidade acabou batizando a todos. O termo gangarra surgiu de um periquito de cor amarelada e de canto estridente, numa referência à cor dos cabelos e ao sotaque frenético dos moradores do Sítio Bandeiras. Ninguém sabe ao certo como seus antepassados chegaram até lá, tampouco a origem de características físicas tão distintas do povo da região.
Foto: Casas de taipa denunciam a pobreza da comunidade localizada no município de Brejo da Madre de Deus.
Exceto pelo aspecto europeu e do passado misterioso, pouca coisa difere o cotidiano vivido por qualquer morador da zona rural. A agricultura familiar vem sendo a fonte de subsistência há séculos, acrescentada da pesca proporcionada pela grande bênção da população: a Barragem do Machado. No entanto, a falta de políticas públicas, aliada à consciência histórica abalada pela falta de vestígios concretos do passado, fez dos galegos do Bandeira um povo esquecido nas barbas de um grande pólo de desenvolvimento econômico, impulsionado pelas indústrias de confecção de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama.

Pobreza - Além de duas igrejas minúsculas, sendo uma católica e outra evangélica; uma pequena escola primária; uma mercearia e um bar improvisado; nada mais lembra a vila próspera de mercadores e agricultores que gerou algumas personalidades marcantes do início do século 20. Exceto por bicos conseguidos em cidades vizinhas, a sobrevivência dos gangarras depende de poucas cabeças de gado, que se alimentam da única cultura resistente ao verão: a palma.

Foto: Jovens ainda predominam entre as 340 pessoas que vivem na vila.
A pobreza acabou gerando o êxodo e, conseqüentemente, comprometendo a continuidade da tradição e da perpetuação da identidade local. "Só ficaram os que não puderam pagar aluguel em Santa Cruz do Capibaribe. Uns foram para São Paulo, mas não voltaram por falta de dinheiro mesmo. Minha sorte é que eu abri esse bar e tem uns aqui que bebem tanto que dá pra sobreviver", revela José Manoel da Silva, proprietário do único bar, que costuma concentrar diariamente dezenas de jovens desempregados da vila. Nascido e criado na comunidade, Cícero José da Silva, 65, lembra muito bem dos atritos entre os gangarras e os moradores de Santa Cruz do Capibaribe em função das brincadeiras com a cor da pele e dos cabelos. "Antigamente tinha muita briga com o povo da cidade por conta disso. Hoje em dia está mais calmo. Mas a pobreza sempre foi muito grande e acabou piorando com a seca. Hoje em dia eu me incomodo é com a situação da gente. O apelido eu até gosto".

Pobreza local gerou êxodo dos moradores, que acabaram migrando para cidades vizinhas ou para a região Sudeste. Falta de estudo aumenta estigma
A incerteza sobre os antepassados e inexistência de documentos que comprovem a origem da vila do Bandeira acabou proporcionando aos gangarras o estigma de povo sem passado. Entre as famílias, pouco se sabe sobre como foram parar no Agreste. O mistério sobre o legado histórico deu margem a correntes sobre a origem de característica tão pitoresca, mas em todas elas, somente a hipótese da ascendência européia que levariam no sangue serve como tese de convergência. Exceto por iniciativas isoladas, pouco foi documentado sobre o assunto a ponto de revelar com segurança a herança genética dos galegos. A versão mais seguida pelos moradores aponta que a comunidade é fruto da rebeldia de um grupo de vinte holandeses, que se recusaram a deixar a então província de Pernambuco durante a expulsão holandesa, em 1654. A falta de dinheiro para viabilizar uma mudança para outra colônia e o desinteresse em voltar à terra natal teriam levado o grupo a fugir dos portugueses se embrenhando as margens do rio Capibaribe até encontrarem um esconderijo no Agreste. Os gangarras não sabem, mas seriam descendentes dos únicos holandeses que driblaram a Restauração Pernambucana. "Trata-se de uma minoria que não pôde voltar e que encontrou no local onde hoje está a vila um esconderijo seguro", aponta o pesquisador Ronaldo Nerys, defensor da tese holandesa. Diante da omissão do poder público no resgate da identidade dos gangarras, Nerys fundou, em parceria com outros estudiosos, o Instituto Pernambucano de História, Arte, Cultura e Cidadania, de onde já surgiram outras vertentes para a origem do povoado. A mais recente aponta que a razão dos traços arianos nada mais é do que uma influência genética de antepassados portugueses da região do Douro, onde a mistura com os espanhóis resultou num semblante parecido como os invasores dos Países Baixos. O passado religioso também é outra incógnita. Mesmo sob tradição católica, paira no ar uma aura judaica difícil de ser fundamentada. "Na região há uma mistura entre cultura judaica e tradição moura. Talvez isso explique a vocação para o comércio", diz Nerys.

Suposta pedra guarda resposta
Uma pedra perdida nos arredores da zona rural de Brejo da Madre de Deus é encarada por pesquisadores como a chave para a comprovação da origem européia dos Gangarras do Bandeira. Os moradores mais velhos, a maioria já falecida, costumava contar aos filhos sobre a existência de uma rocha crivada por quatro moedas de bronze e com dizeres em uma língua desconhecida. O local ainda é incerto à nova geração, mas a tal peça está sendo procurada por pesquisadores, que vêem na grafia estrangeira marcada na pedra o sinal indiscutível da presença européia na região. "Os mais velhos relatavam que tinham umas inscrições em outra língua. Identificamos que pode ser uma grafia de origem flamenca, o que comprovaria essa linha de estudo sobre a origem holandesa. Já andei muito atrás dela, mas é preciso tempo e dinheiro para localizá-la", aposta Ronaldo Nerys, que busca apoio da Embaixada da Holanda para viabilizar as buscas.

Em 2004, o documentário Gangarras do Bandeira, produzido pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), proporcionou aos moradores o primeiro retrato da comunidade a partir da ótica da população. A diretora Cátia Oliveira, que conduziu as filmagens juntamente com Lulla Clemente, instituiu um prêmio ao morador que achar a peça. "Não tivemos tempo para procurar a pedra, mas a idéia é dar continuidade ao projeto”. Os mais novos contam que a existência da rocha tomou ares de lenda antes do interesse dos pesquisadores. "Já me disseram que a pedra veio do Egito. Os moradores mais velhos contavam que a pedra ficava a uns seis quilômetros da vila, mas o pessoal daqui nunca se interessou. Não tenho idéia de onde minha família veio. Talvez agora possa dizer pro povo da cidade que sou um galego do estrangeiro", diverte-se José Severino da Silva.

Programa das Cisternas do Governo Federal

O Programa das Cisternas do Governo Federal MDS – Programa Fome Zero, via os parceiros: ASA / Prorural, está solicitando do CONDESB um levantamento das famílias rurais que ainda não tenham cisternas. Uma das comunidades onde o Programa das Cisternas não chegou no município do Brejo da Madre de Deus é o BANDEIRA, uma comunidade tradicional (dos Gangarras). Lá tem uma alta proporção de Casas de Taipa.  Ontem, 19/05, Lenildo, Jaelson e eu (Beth), realizamos uma reunião na comunidade, no Grupo Escolar, cadastrando mais de 100 famílias no Programa Cisternas. 












Fotos da reunião e também da visita ao local da cisterna, e dos Baiacos, no outro lado do rio, precisando de uma Passagem Molhada, para não ficar isolada.


(Beth)